Docente do UniFavip e especialista em Ginecologia e
Obstetrícia mostra o porquê de o Ministério da Saúde e o INCA desaconselharem o
autoexame
O outubro rosa é um Movimento Internacional de
conscientização para o controle do câncer de mama e foi criado no início da
década de 1990 com o objetivo de compartilhar informações e promover a
conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de
diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.
“Por muito tempo, durante a Campanha, foi estimulada a
realização do autoexame das mamas para que as mulheres conseguissem identificar
e tratar precocemente o câncer, no entanto, o que muitas pessoas não sabem é
que essa prática foi desaconselhada pelo Ministério da Saúde e o Instituto
Nacional de Câncer (INCA), há mais de uma década”, afirma a enfermeira
especialista em Ginecologia e Obstetrícia e docente em enfermagem no UniFavip,
Andressa Oliveira, que ressalta o quanto ainda é propagada a forma errada por
meio do autoexame.
Segundo ela, apesar de já ter mais de uma década que o
Ministério da Saúde e o INCA deixaram de indicar o autoexame, ainda hoje é
comum as pessoas se depararem com a recomendação de que palpar os seios e a
região da axila em um certo momento do mês. “Muitos médicos sinalizam que é
importante para descobrir precocemente um tumor. Na maioria dos casos, ao
palpar os seios é muito difícil realizar um diagnóstico precoce. Isto é:
identificar pequenos caroços (com cerca de 1 cm) ou que ainda estejam restritos
ao ducto mamário. Nesse estágio inicial, a chance de "cura" é
aumentada em 95%”, reitera a professora.
A enfermeira reforça que, “no autoexame, geralmente a mulher
só encontra tumores com mais de 2 cm, o que significa que o câncer já pode
estar em um nível avançado. Por isso, a recomendação é que a mulher continue
palpando os seios sempre que se sentir confortável para tal. Seja no banho,
seja no momento da troca de roupa, seja em outra situação do cotidiano, o ideal
é que a mulher não se preocupe com técnica ou momento do mês específico”,
destaca. Ela explica que o problema de realizar o autoexame de forma
“metodizada” é que, ao palpar e não encontrar nada, a pessoa pode acreditar que
não tem problema algum e deixar de fazer avaliações de rotina que detectariam a
doença precocemente.
"Palpar os seios em casa é indicado apenas como uma
forma da pessoa conhecer seu próprio corpo e procurar um especialista se
encontrar algo diferente. Não é considerado um exame preventivo. Quando falamos
em prevenção, devemos enfatizar os hábitos saudáveis [não fumar e beber], dieta
equilibrada, prática de exercícios frequente e a visita regular ao
ginecologista. Enquanto no autoexame é difícil identificar um tumor em estágio
inicial, na mamografia é possível encontrar esses pequenos nódulos irregulares
e diminuir o número de mortes relacionadas ao problema”, conclui.
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